A cidade de Nampula foi palco de um caso surpreendente: um agente da Polícia da República de Moçambique (PRM) foi detido por alegadamente liderar um grupo responsável por assaltos e invasões a residências, levantando novas preocupações sobre a conduta dentro da corporação.
O agente, até então afeto ao Comando Distrital de Rapale, havia abandonado o serviço há cinco meses. Durante esse período, reuniu e comandou um grupo composto por seis indivíduos, todos detidos pelas autoridades.
De acordo com o chefe das Relações Públicas do Comando Provincial da PRM em Nampula, Dércio Amândio Samuel, o suspeito é considerado de alta perigosidade devido ao treino em artes marciais e ao registo de comportamentos inadequados quando ainda fazia parte da polícia.
“É um membro da PRM que deixou as fileiras e passou a envolver-se em práticas criminosas, encabeçando uma quadrilha que vinha a perturbar vários bairros residenciais de Nampula”, explicou Samuel.
A ação que levou à captura dos suspeitos permitiu igualmente a apreensão de duas motorizadas utilizadas durante os assaltos. As autoridades continuam a rastrear uma arma de fogo que teria sido usada pelo grupo em diversas incursões.
Samuel destacou que a PRM não tolera desvios de conduta e mantém o compromisso de “sanear as fileiras”, assegurando que qualquer agente implicado em crimes será exposto publicamente e responsabilizado. “A polícia está a trabalhar para reforçar a confiança dos cidadãos. Nenhum elemento que infrinja a lei terá proteção”, afirmou.
O agente capturado admitiu a participação nos crimes e demonstrou arrependimento. Paralelamente, foram instaurados processos disciplinar e criminal, enquanto prossegue a investigação para determinar o número de assaltos atribuídos ao grupo.
O episódio evidencia o desafio enfrentado pelas instituições estatais no combate à criminalidade interna e na necessidade de maior transparência e rigor num momento em que a sociedade exige mais segurança.
